segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Egoísmo [con]sentido

Aquilo por que temos que passar, ninguém passa por nós
Aquilo que tem que acontecer, ninguém pode impedir
As memórias, boas ou ruins, são nossas, de mais ninguém
E não é egoísmo, porque tentamos dividir, compartilhar a dor
Mas é dentro de nós que ela mora, dentro de nós que ela dança.

Por mais empatia que haja, por mais solidariedade e compaixão
Por mais que seja sincero, que se estenda a mão...
As memórias, boas ou ruins, são nossas, de mais ninguém
E não é egoísmo, porque tentamos dividir, compartilhar a dor
Mas nós que nos sentimos impotentes, que subestimamos a vontade divina.

Mesmo que tenhamos consolo, apoio, palavras boas de ouvir
Mesmo que saibamos, no fundo, que esse era o curso natural da vida
As memórias, boas ou ruins, são nossas, de mais ninguém
E não é egoísmo, porque tentamos dividir, compartilhar a dor
Mas existe um conforto: nós que estivemos ao lado até o fim. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pré[ocupação]


Sabe aquela velha história de que nada nunca está do jeito que a gente quer?
Se não posso dormir, é o que eu mais quero...
Se eu posso, é o que menos consigo.
Ansioso é assim... [pré]ocupado,
Tem mania de antecipar acontecimentos.
– “Calma! [diz a voz que vem à cabeça] É hora de descansar, pois agora não tens nada a fazer e amanhã que é novo dia!
– “Mas como? Meus pensamentos fervilham que nem vulcão... e vulcão nunca teve hora pra entrar em erupção! O que me dizes agora, heim?”
– "Digo que és teimoso... e que não és um vulcão!”

terça-feira, 30 de agosto de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nem mesmo ambivalente

Bem-estar, mal-estar...
Extrapolam a gripe
Imediatos por acontecer
Tornam-se modismo que rege as relações
Desmembram em categorias o que poderia ser duradouro,
Por uma ânsia que nada enxerga: nem mal-estar, nem bem-estar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Singulares na efemeridade


Não completamente felizes,
Nem completamente tristes,
Tampouco completos,
Seres humanos em construção,
Fomos, somos, somamos e seremos...
Um devir em antítese. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Com[pressão]

É... eu sei que sou intimista! Mas isso pra mim não é problema; se fosse, eu não seria, certo?!  E é claro que a gente escreve para “catucar”os outros! Rsrs... Senão guardaria os pensamentos que fervilham só pra gente! Mas eu nunca gostei de sofrer da síndrome da panela de pressão: minha válvula de escape está sempre muito bem limpa, prontinha para colocar tudo o que for preciso pra fora, pra evitar qualquer catástrofe! O modo como esse conteúdo vem à tona é que faz de mim, intimista, porém jamais excessivamente aberta.

sábado, 14 de maio de 2011

O míope muitas vezes precisa de ajuda com os óculos

Engraçado como é a vida... como são as relações, como situações sempre se repetem, por mais que pensemos: não, agora impossível acontecer de novo! Mas é aquela mesma novela, a mesma trama, só que com pessoas diferentes. Daí eu penso: meu Deus, como eu fui capaz de permitir-me ser enganada novamente? E repenso: porque é assim que tem que ser! Se não nos permitirmos, não acreditaremos em mais ninguém. Talvez o meu problema, como disse meu professor um dia, é a falta de “má fé”. Sim, má fé, aquela que faz você pensar: ah, talvez não seja bem assim, talvez seja assado. No entanto, eu estou lá, pronta pra agir só de acordo com a boa fé, que assim eu intitulo. Eu gosto das coisas certas, bem resolvidas, transparentes. E isso não tem nada a ver com autoconfiança, ou com insegurança. Pra mim, é poder estar em paz; e mais, é dar margem para que a má fé surja, sem que seja má. Entendem meu raciocínio? Saber que estou me enganando, acaba comigo...  seja o relacionamento que for. Às vezes sinto vontade de ser radical, de, desculpem a expressão, “chutar o pau da barraca”. Mas me dou o direito de um chilique, de espernear e chorar feito àquela criança que não pode comprar o brinquedo novo. É bom abrir um espaço pra perder aquela energia acumulada, energia negativa, que não faz bem pra mim e nem pra quem a despertou em mim. Porque sim, nem tudo sai conforme planejamos. Nem sempre as pessoas vão entender nossas necessidades enquanto seres humanos, e não é por isso que elas serão menos humanas. Cabe a nós ter paciência, tolerância diante da diferença de ideias e ideais. Porque aquilo que eu enxergo, talvez o outro não enxergue; mas nem sempre sua condição de míope é vontade de não enxergar. Alguns não conseguem achar o melhor óculos e, então, mais uma vez, devemos exercitar nossa paciência e ajudá-los a encontrar aquele sirva para conseguir compreender de fato o que a situação apresenta. Por isso, procuro retomar minha calma quando as situações se repetem, porque nem sempre as pessoas se repetem a ponto de depositarmos em cima delas, a carga que trazemos com a gente de outras.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Deixe-se afetar

Adorei o texto de um amigo e adorei, sobretudo, o puxão de orelha pra nossa realidade. Aliás que me identifiquei bastante com ele! Graças a Deus eu sei reconhecer algumas coisas importantes nessa vida... como o contato, o toque, a pele, os sorrisos verdadeiros que revigoram. Adoro recebê-los e adoro sorrir pras pessoas, verdadeiramente. Mas o que vejo é que, enquanto seres humanos, estamos empobrecidos de repertório social... nem "bom dia" existe mais para alguns; não como antes. Reclamamos da vida, achamos que viver é algo custoso. Só que nos esquecemos das coisas mais simples e rendemo-nos ao sistema, vivendo como máquinas - máquinas produtoras ou meramente reprodutoras. Mas toda máquina tem seu prazo de validade: mesmo que seja bem cuidada, ela quebra, enferruja. E aí que nos rendemos, sobretudo, a uma cápsula ilusória do mundo tecnológico e virtual e colocamos a ciência a frente de Deus. E não estou aqui querendo discutir religião. O seu Deus pode ser o Sol, pode ser o céu, pode ser um deus qualquer que te dê algum norte; porque convenhamos, precisamos de um. Só que é muito mais fácil rendermo-nos ao sistema, agirmos como máquinas que contam com respostas prontas e factuais, do que nos constituirmos enquanto SERES HUMANOS refutáveis. Sim, refutáveis!! Nunca estamos prontos, pelo contrário, mudamos a cada dia, adquirimos conhecimento e bagagem a cada vivência. E quando falo de repertório social empobrecido, é disso que estou falando. Temos máquinas que pensam por nós, que fazem por nós e que apresentam verdades prontas – permitimo-nos máquinas. Antes pensávamos que a nossa existência se resumia à busca de sentidos, mas hoje queremos os sentidos prontos, já fazendo sentido. Não nos permitimos abertura para a vida, não nos permitirmos relacionarmo-nos com o outro, não nos permitimos sofrer. Queremos uma felicidade pronta, da qual não partilhamos sua construção, só o resultado, que muitas vezes vem com efeitos colaterais inimagináveis, e aí sim que digo que é custoso viver. E adoecemos e adoecemos e não entendemos o porque. E daí vamos atrás de solução para os nossos problemas e culpamos o próximo, culpamos Deus, culpamos nós mesmos por não darmos conta de viver, mas não entendemos que somos os grandes responsáveis por isso. A angústia não existe à toa, faz parte da existência. É no relacionamento, seja ele com a natureza ou com as pessoas, que nos constituímos de fato, que abrimos a porta para a felicidade e tornamos a vida mais leve. E é exatamente por isso, por me deixar afetar pelo o que realmente importa, que me questiono e busco ser uma pessoa melhor, busco cuidar de mim, trabalhar minhas potencialidades e aperceber o mundo de maneira a permitir-me, de maneira a também afetar o outro e ajudá-lo na sua construção. O mundo não deveria ser aquisição, deveria ser troca. Obrigada por me afetar, Pedrinho! Tenha um bom dia!